domingo, outubro 25, 2009

MST busca aliados para barrar CPI

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) já definiu sua estratégia para enfrentar a CPI criada na semana passada para investigar possíveis irregularidades no repasse de verbas públicas para a organização: vai tentar levar o debate para fora do Congresso.

Nos últimos dias, líderes dos sem-terra já estiveram reunidos com representantes de centrais sindicais, diretórios estudantis, movimentos sociais e partidos políticos para articular manifestações em centros urbanos a favor do MST e da reforma agrária e contra a CPI. João Paulo Rodrigues, da coordenção nacional do movimento, disse que a principal reação vai ocorrer no Congresso.

- Ao criar essa CPI para policiar o movimento, os ruralistas fizeram o favor de trazer o tema da reforma agrária de volta à pauta dos grandes temas nacionais. Agora vamos aproveitar a oportunidade para organizar manifestações e debates e mostrar que o modelo do agronegócio defendido pelos ruralistas é caro, gera pouco emprego e não é tão produtivo como se diz.

O propósito do MST é não ficar na defensiva. Além de atacar o agronegócio, quer aprofundar o debate sobre a revisão dos índices de produtividade rural. Seus líderes do movimento estão convencidos de que foi esse tema que deu origem à proposta da CPI.

O anúncio da revisão provocou reações tão fortes dos porta-vozes dos ruralistas que o assunto foi posto de lado pelo Palácio do Planalto. Para Rodrigues, a reação não parou.

- Foi ali que surgiu a proposta da CPI. Abatida num primeiro momento, ela tornou a ficar em pé logo em seguida, com a divulgação da pesquisa sobre assentamentos encomendada pela Confederação Nacional da Agricultura ao Ibope. A ação no laranjal da Cutrale, em São Paulo, foi usada como parte da estratégia conservadora. Ela unificou o setor do agronegócio.

Não é só o debate sobre índices que o MST quer retomar. Seus líderes desejam aproveitar o debate para fermentar a ideia de que o tamanho da propriedade rural no Brasil precisa ser limitado. Até agora essa proposta tem sido defendida principalmente pelas pastorais sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - aliadas históricas dos sem-terra.

Os partidos aliados do governo devem ficar com o comando – presidência e relatoria - da CPI. Uma das estratégias dos governistas é pedir a investigação das finanças de entidades patronais, ligadas aos ruralistas, como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), presidida pela senadora Kátia Abreu, uma das criadoras do pedido da comissão.

ESPORTE

JIU-JITSU
Agora é só comemorar! Essa frase de entusiasmo vale para o lutador potiguar Gleison Tibau. Ele dominou Josh Neer no UFC 104 e conquistou uma grande vitória. A luta aconteceu no ginásio Staples Center, em Los Angeles, no início da madrugada deste domingo (25).

Logo no início do combate, o potiguar mostrou que veio para ganhar. Ele derrubou o norte-americano quatro vezes no primeiro round e venceu essa etapa da luta com grande vantagem.

No segundo round, o domínio de Gleison Tibau continuou. O representante do Rio Grande do Norte no UFC aplicou diversos golpes de submission e jiu-jitsu, deixando o seu adversário cada vez mais nervoso.

No terceiro e decisivo round, Tibau já sentia o cansaço, por isso, baixou um pouco o ritmo, e ficou administrando a vitória, que já estava praticamente garantida no somatório dos pontos. Ainda assim, ele tentou insistentemente finalizar o seu adversário, o que acabou não acontecendo.

Ao término da luta, apesar de o norte-americano ainda alimentar a esperança de sair vitorioso, a torcida do potiguar já comemorava, devido ao ritmo que Tibau conseguiu impor. E os juízes deram a vitória para o potiguar por decisão unânime. O vitorioso festejou muito e tem a certeza de que continua firme na disputa pelo título mundial de vale-tudo.

Fátima Bezerra é contra a CPI do MST

A deputada federal Fátima Bezerra (PT), bem como os demais deputados do PT, não assinou o pedido de instalação de CPI do MST que está em curso no Congresso Nacional. Ela é contrária à criação da comissão parlamentar de inquérito.

“Não é com CPI que vai se resolver o problema da reforma agrária do Brasil”, disse a deputada petista, que assinou um manifesto elaborado por intelectuais, ativista sociais e personalidades nacionais e internacionais a favor do MST.

Fátima Bezerra acredita que a CPI se trata de uma estratégia para desviar o foco de debates atuais relacionados à Reforma Agrária, como é o caso da proposta do presidente Lula de atualizar os índices de produtividade do campo, o que deverá aumentar a lista de propriedades consideradas passíveis de desapropriação.

Fátima Bezerra diz que o objetivo do manifesto é fazer o contraponto aos partidos de oposição. “Eles querem criminalizar o movimento e colocá-lo na clandestinidade”, afirma a deputada.

Entre outras coisas , o documento diz que o MST tem “ousadia de questionar um dos pilares da desigualdade social no Brasil, o monopólio da terra”, e que em “um País onde 1% da população tem a propriedade de 46% do território, não podemos considerar uma República. Menos ainda, uma democracia”.

JARDIM DO SERIDÓ

O Ministério Público investiga um possível ato de improbidade administrativa que estaria ocorrendo na cidade de Jardim do Seridó, distante 224 quilômetros de Natal. O vereador Iron Lucas de Oliveira Júnior (PP) fez uma representação oral contra o prefeito Jocimar Dantas de Araújo (PMDB) denunciando “irregularidades na execução de contrato de limpeza urbana”.

A promotora de Justiça Kátia Maria Maia de Oliveira instaurou inquérito civil para apurar a denúncia. A portaria que instaurou o inquérito, de número 28/2009, foi publicada na edição deste sábado (24) do Diário Oficial do Estado (DOE).

Segundo documento, o objetivo do inquérito é “apurar possível ato de improbidade administrativa em razão de irregularidades na execução de contrato de limpeza urbana celebrado entre o Município de Jardim do Seridó/RN e o Senhor Morvanildo dos Santos Medeiros”.

A promotora Kátia Oliveira notificou Morvanildo dos Santos Medeiros a comparecer à Promotoria de Justiça “a fim de prestar esclarecimentos”.