A estimativa é que uma população em torno de 100 mil pessoas, de 50 municípios do Rio Grande do Norte, possam ficar sem abastecimento de água oferecido através do programa Operação Pipa.
O programa, que foi suspenso no final de fevereiro, sob alegação de falta de recursos do Governo Federal, vinha assegurando água à população de dezenas de municípios no interior do Estado.
Em alguns municípios da região Oeste, como Apodi, a situação se torna ainda mais critica pela grande área rural atendida pelo Programa. O coordenador de Defesa Civil do município, Marcílio Reginaldo de Souza, disse que a população das comunidades está desesperada com a falta de água. "O programa permitia que os carros-pipas abastecessem as cisternas dos moradores, o que garantia água por cerca de cinco dias em cada comunidade. Mas o problema é que existem comunidades que deixaram de ser atendidas há oito dias e as pessoas estão desesperadas, sem ter como fazer sequer a comida", afirma.
O Comando da 7ª Brigada do Exército, responsável pela coordenação do programa, disse que a suspensão ocorreu em todo o Nordeste e eles aguardam nova orientação.
Para tentar contornar o problema, a população está se reunindo com a prefeitura para tentar viabilizar carros-pipa, mas, no caso de Apodi, a prefeita Goreti Pinto adianta que não existem recursos destinados para essa finalidade. "O carro pipa custa em média R$ 80, sendo que a população carente não tem esse dinheiro. Com esse entendimento, a prefeitura está estudando uma possibilidade de poder arcar com essas despesas, mas não existe verba destinada ao município para essa finalidade, por isso dependemos do programa", disse o coordenador de Defesa Civil do município. Em Apodi, o programa atende a uma média de 7,8 mil habitantes, correspondente a quase 22% de total da população.
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