quarta-feira, janeiro 26, 2011

Ninguém tem sossego nas praias do litoral do RN


A TRIBUNA DO NORTE visitou, domingo (16),  algumas praias do litoral potiguar. A equipe de reportagem observou que, mesmo com a chamada “Operação Verão”, acontecem muitas irregularidades no trânsito de veículos na terra e no mar. No domingo passado (23), a TRIBUNA DO NORTE voltou a algumas praias e constatou: o problema continua.

Em Barra de Maxaranguape, uma placa adverte que é “proibido carros na orla”. O aviso é ignorado por vários motoristas. Jogar futebol à beira da praia ou simplesmente praticar uma caminhadas, vira atividade perigosa. Muitos dos carros ou motos passam em alta velocidade. O médico Jedy Vieira há quarenta anos veraneia na praia. Ele afirma que não existe fiscalização, o que, segundo ele, facilita a desordem na orla. “Hoje mesmo já vi quadriciclo, motos e carros passando por aqui. É um absurdo. Quando venho com os filhos, tenho que fazer uma espécie de barreira com pedras em volta das crianças para ter alguma proteção”, reclama.

Na praia de Muriú, o problema se repete. Lá, a quantidade de carros “off road” passeando na beira da praia impressionava. Além dos carros, motos e quadriciclos atrapalhavam a vida dos banhistas. A TRIBUNA DO NORTE flagrou, inclusive, uma criança pilotando um quadriciclo.

O casal Fábio Morais e Niedja da Silva passeava com o filho pequeno. Ao ver a quantidade de veículos na orla, a contadora se assustou. “Fiquei impressionada com isso. É a primeira vez que venho aqui e não sabia que era assim. É preciso ter cuidado, especialmente com as crianças”, disse. “O pior é que esses motoristas, além de estarem fazendo algo errado, ainda dirigem em alta velocidade. Cadê a fiscalização?”, questionou Fábio.

A cena de desrespeito às leis se repetiu em Jacumã. Na praia, também há uma placa de advertência sobre a proibição do tráfego de veículos na orla. Assim como em Barra de Maxaranguape, em Jacumã o aviso não é levado a sério. Muitos carros, de diversos modelos, trafegavam na orla. “É sempre assim. Os carros passam rápido. Não sei como ainda não teve um acidente grave”, disse a empresária Patrícia Galvão. A empresária reclama também da falta de policiais na praia. “Esse ano está um caos. Não tem policiamento. Fui assaltado no início do mês, levaram meu carro. Não apareceu nenhum policial”.

A TRIBUNA DO NORTE ainda visitou as praias de Caraúbas e Pitangui. Nessas, durante o tempo que permaneceu nas mesmas, a equipe não flagrou nenhuma irregularidade. Em todas as praias, a equipe também não viu nenhum policial, seja da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros ou fiscais da Capitania dos Portos.

Uma semana após o acidente envolvendo um jet ski que vitimou a turista Maria Marques Cordeiro, de 47 anos, o clima na manhã do último domingo, na Lagoa da Cotia, em Rio do Fogo – local do desastre –, era de tranquilidade. Comparando com outros domingos, o movimento foi considerado fraco. “As pessoas ficam com medo de voltar. Desde o dia do ocorrido, o número de visitantes caiu bastante”, disse Jebson Fernandes, proprietário de um bar localizado às margens da lagoa. 

 Segundo ele, a Capitania dos Portos esteve na lagoa na semana após o acidente. “Deixaram um número de telefone comigo e disseram que, se aparecesse alguém de jet-ski ou lancha, era para avisar a eles”, relata.

Os poucos banhistas, a maioria crianças, que aproveitavam as águas calmas da lagoa não mostravam preocupação com o acidente. “Sempre venho aqui e é tranquilo. Mas acho que falta uma fiscalização maior”, disse a estudante Aline Dantas.

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