O Corpo de Bombeiros apresentou nesta segunda-feira (31) o relatório sobre a possibilidade de enchentes no Rio Grande do Norte. De acordo com o relatório, os municípios de Assu, Carnaubais, Pendências, Itajá, Alto do Rodrigues, Ipanguaçú,, Macau, Porto do Mangue, Apodi, Caraúbas, Governador Dix Sept-Rosado, Felipe Guerra, Ipanguaçu, Tangará, Jucurutu e São Paulo do Potengi correm riscos de inundações no período chuvoso.
Com base na informação de que a previsão é um período de chuvas acima da média neste ano, assim como ocorreu em 2008 e 2009, os Bombeiros apontaram os problemas que podem afetar tanto as residências em áreas de risco, quanto as produções agrícolas e de pecuária e carcinicultura no estado.
Em Assu, os Bombeiros apontaram para o problema na barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que apresenta erosão em parte da parede externa do reservatório. No relatório, eles alertam para a necessidade de conserto da estrutura da barragem por parte do Dnocs. Além disso, o relatório também apontou para o perigo de desmoronamento na ponte Felipe Guerra, no sentido Natal-Assu, devido ao comprometimento de um dos pilares, que pode ruir caso ocorra a enchente no rio Piranhas/Açu.
Ainda na cidade, os Bombeiros alertaram para os riscos de alagamento de casas próximas ao rio Piranhas/Açu, principalmente no bairro de Lagoinhas. Caso ocorra o alagamento, os Bombeiros também apontam para o risco de que as comunidades de Linda Flor, Santo Antônio, Martins, Estevão e Ilha Forte fiquem ilhadas. Os municípios de Carnaubais, Pendências, Itajá, Alto do Rodrigues, Ipanguaçú, Macau e Porto do Mangue também correm o risco de alagamento, caso o rio Piranhas/Açu aumente o nível como em 2008 e 2009.
Em Ipanguaçu, os Bombeiros alertaram para o comprometimento da parede da barragem Pataxó, que também seria fruto da falta de manutenção do reservatório. O relatório dos militares expõem a necessidade de conserto das comportas para que possa ser dada vazão e diminuir o nível das águas, além do desassoreamento do rio Pataxó e Piranhas/Açu.
Outra barragem comprometida, de acordo com os Bombeiros, é Guarita, em Tangará. O trabalho no local já está sendo realizado, mas eles também sugeriram o trabalho de limpeza do açude e também do reservatório Gaspar, na mesma cidade, para aumentar a capacidade de armazenamento d'água.
Já na cidade de Jucurutu, os CBM detectou defeito nas comportas das estações elevatórias de água, por falta de manutenção e o problema nas bombas, que não impediram o alagamento de 135 residências na cidade. Para os Bombeiros, é preciso que haja o conserto dos equipamentos e seja realizado um estudo para saber se as bombas utilizadas para retirar a água do bairro Vila Santa Isabel, o chamado conjunto do Dnocs, são capazes de impedir uma nova inundação.
O problema detectado em Apodi afeta diretamente a economia local, caso as previsões meteorológicas se confirmem. Foi constatado risco de inundação em campos de pecuária situados nas proximidades da barragem Júlio Marinho e o risco de inundação do Vale do Apodi, caso a Barragem do Apodi venha a sangrar. Atualmente, o reservatório já está com 78% do volume total.
Os Bombeiros também observaram o risco de alagamento e desabamento de algumas residências das comunidades de Caboclo, Caraforça, Carpina, Várzea de Salina e Várzea da Carreira, e com grande potencial dessas comunidades ficarem isoladas, assim como Trapiá I e II, Bamburral, Cipó e Baixa Faixada I e II.
Dividido em quatro regiões, o Vale do Apodi, de acordo com os bombeiros, corre risco de de danos à pecuária na região da chapada, isolamento da cidade na região da areia, enquanto há o risco de alagamentos, desabamento de casas, morte de animais, além de nove (9) mil pessoas serem afetadas na região da várzea, e perigo de danos a estradas e isolamento de onze comunidadesna região da pedra. No Vale do Apodi, os Bombeiros apontam para perigo de inundações também em Caraúbas, Governador Dix Sept-Rosado e Felipe Guerra.
Conforme os fatos ocorridos nos últimos dias e ainda risco de calamidades que várias cidades do estado vêm passando, os Bombeiros acreditam que "é importante que a Defesa Civil Estadual, juntamente com as prefeituras municipais, em caráter permanente, atuem no planejamento de ações de prevenção e preparação das comunidades para situações de emergências e desastres".
Tribuna do Norte
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