quarta-feira, abril 27, 2011

72% do lixo coletado no RN não é tratado adequadamente

O Rio Grande do Norte não dá um destino adequado a 72,7% do lixo que produz. O dado preocupante foi divulgado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) no estudo “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2010”. O panorama é publicado todos os anos desde 2003, com o detalhamento da coleta e tratamento do lixo no Brasil, incluindo os estados. O RN tem o segundo pior desempenho do Nordeste e o sétimo pior do Brasil, com uma performance significativamente abaixo do nível nacional.

De acordo com o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Roberto Vieira, tratar adequadamente os resíduos sólidos é, na maior parte dos casos, levar a um aterro sanitário com licença e controle ambiental fiscalizados pelos órgãos competentes. Há casos de municípios que destinam o seu lixo para aterros “não-oficiais”, sem controle ambiental algum. Nas demais situações, os resíduos são jogados nos lixões. “Destinar os resíduos corretamente é colocá-lo num aterro, que é uma obra de engenharia com capacidade de armazenar o lixo sem perigos de contaminação do ar, do solo, da água. As outras formas de destinação são passíveis de contaminação”, diz.

Nesse contexto, a média do Brasil é de tratar adequadamente 56,7% do lixo produzido, enquanto o RN trabalha de forma correta apenas 27,3% daquilo que gera. Em ambos os casos, os números significam uma pequena evolução comparando-se com 2009. O RN, por exemplo, tratou 1,2% a mais em aterros sanitários em 2010, com relação ao ano passado. Contudo, a geração de lixo no total cresceu 12,6% em todo o Estado. Resultado: o aumento da destinação adequada não acompanhou o aumento de resíduos produzido e, por isso, há mais lixo despejado em locais impróprios.

A situação do Estado, nesse ponto, se repete no restante do país. “Tivemos uma evolução discreta contra um aumento de 23 milhões de toneladas de lixo. Então, uma coisa não compensou a outra, além de que a coleta seletiva e a reciclagem são pequenas e estão estagnadas. Não estamos avançando”, relata Carlos Roberto Vieira.

Contudo, a tendência a partir de agora é o aumento da responsabilização de estados e municípios pelo destino do lixo. O Plano Nacional de Tratamento de Resíduos Sólidos deve ser viabilizado até julho desse ano. O objetivo é impedir a proliferação de casos como no RN, com toneladas de lixo despejadas sem nenhum cuidado.


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