De acordo com a análise feita pelo professor Guilherme Fulgêncio, do
Departamento de Oceanografia e Limnologia (DOL) da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), a mancha escura que apareceu no mar da Praia do Meio na
manhã dessa quarta-feira, 19, trata-se de "uma floração de cianobactérias do
gênero trichodesmium", ou seja, uma explosão populacional dos
micro-organismos.
A amostra encaminhada à UFRN pela Capitania dos Postos revelou que a mancha não
tem relação com a popular "maré vermelha", fenômeno natural ocasionado pela
aglomeração de microalgas, daí a coloração um pouco mais escura. "Manchas como
essa podem ser vistas com frequência em mar aberto e, dependendo da extensão,
não representa ameaça nem à vida marinha nem a banhistas", explicou o
professor.
Essas bactérias, segundo o ele, habitam comumente aquelas
águas e "o que permitiu esse aumento populacional foi a presença de nutrientes
naquela região". Ele explicou que a grande quantidade de trichodesmium tornou
visível a presença dos micro-organismos na forma de uma mudança de coloração na
água. O professor Fulgêncio alerta que essa floração pode durar semanas e que as
cianobactérias do gênero trichodesmium, quando mortas, liberam toxinas que podem
causar náuseas e coceiras, principalmente em crianças, porque têm a pele mais
vulnerável a agentes externos. "Quando essas bactérias começarem a morrer, a
mancha vai ganhar um aspecto róseo e, por fim, desaparecerá", disse.
A
suspeita de que a mancha teria sido causada por um vazamento de óleo foi
descartada no mesmo dia.
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