Depois de ser enterrado como indigente na área de covas rasas, o túmulo de Wellington Menezes de Oliveira amanheceu com um buquê de monsenhores brancos e sinais de que velas foram acesas.
Segundo o coveiro, André Luiz Oliveira, de 31 anos, o que parecia impossível aconteceu: estiveram no local para acender velas e rezar pelo autor do massacre da Escola Tasso da Silveira, em Realengo.
— Um grupo com cerca de cinco pessoas esteve nesta sexta-feira à tarde no túmulo. Eles colocaram as flores, acenderam velas e ficaram rezando por muito tempo. Uma das senhoras me disse que era kardecista e veio pedir pela alma dele. Mas não sei dizer se as pessoas eram da família — afirmou o funcionário, que na sexta-feira ajudou a enterrar o corpo.
Há 12 anos trabalhando como coveiro, André Luiz já enterrou muitos corpos não reclamados, mas o túmulo de Wellington é o único que tem o número na ponta da língua: 7708. Mesmo com toda a revolta da população contra o assassino das 12 crianças e adolescentes, André Luiz não acredita que vândalos venham ao Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, para realizar protestos na cova, assim como fizeram na casa onde o atirador havia morado com a irmã, em Realengo.
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