domingo, abril 24, 2011

Mossoró: homicídios têm relação com a chegada do crack



Sobre a onda de homicídios que só cresce em Mossoró, o delegado Renato Batista da Costa, da Divisão de Policia Civil do Oeste (DIVIPOE), mostra números referentes ao período de 2000 a 2011 e faz uma relação direta com a chegada do crack a Mossoró e região. Para ele, as drogas é o que origina a violência e a vingança figura com conseqüência pela impunidade.

"Observe que, até 2005, o número de homicídios por ano na região leste de Mossoró era de apenas 15 e de 2006 em diante este número quase dobrou, indo a 24, no ano seguinte para 36 e em 2008 já estava em 53 execuções", destaca Renato Batista, lembrando que o que surgiu nesse mesmo período foi o tráfico e o consumo de crack.


O delegado observa com preocupação o aumento assustador também de assaltos e pequenos furtos na cidade na mesma proporção dos homicídios. Renato Batista prefere não falar sobre estrutura, mas admite que lhe falta apoio principalmente de pessoal para dar continuidade nas investigações, bem como suporte de inteligência e perícia forense.

A falta de delegados, escrivãs e agentes civis em Mossoró é idêntica ou talvez pior na região do Alto Oeste. O delegado Inácio Rodrigues de Lima Neto, de Pau dos Ferros, também é responsável por mais de uma dezena de delegacias, assim como o delegado Cleiton Pinho, de Apodi, entre outros das regiões Seridó e Vale do Açu.

O próprio Renato Batista comanda a Divipoe e a 1a. DP do Alto São Manoel, que é responsável pelas investigações na região leste da cidade. É esse cenário de falta de estrutura que impede que a Polícia Civil esclareça os homicídios e os responsáveis sejam presos e recebam penas equivalentes aos crimes que cometeram.


OAB cria comissão para pedir segurança

O presidente interino da Secção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mossoró, Aldo Fernandes, diante do índice de violência assustador em Mossoró, conforme quadro na pagina 5 deste caderno, criou e deu posse a uma comissão formada por quatro advogados para somar com a sociedade, no sentido de pedir por mais segurança.


A comissão é formada por Talita Barbosa, Glênio Lopes Torquato Fernandes do Rêgo, Fernanda Moreira e Jailton Magalhães da Costa. Conforme este último, a comissão vai trabalhar em várias frentes, destacando-se no reforço pela nomeação dos policiais civis concursados e já capacitados, reforço no serviço de inteligência também de perícia técnica forense.

Ainda conforme Jailton Magalhães, a comissão já tem algumas reuniões agendadas para tratar do assunto, inclusive com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado estadual Ricardo Mota. "Queremos participar ativamente deste processo recomendando e sendo o caso entrando com ações civis públicas para garantir o direito do cidadão", destaca Jailton Magalhães, afirmando que a questão da Educação também será lembrada.
Do Jornal de Fato

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