quinta-feira, janeiro 14, 2010

Potiguar sobrevive ao tremor no Haito

O potiguar Helder Batista de Araújo, 25 anos, terceiro-sargento do Exército Brasileiro, pode dizer que nasceu de novo. Ele estava no Haiti quando aconteceu o terremoto de 7 graus na escala Richter, que pode ter matado mais de 100 mil pessoas, inclusive vários brasileiros, e conseguiu sobreviver à tragédia sofrendo apenas escoriações. Após um dia inteiro de angústia, sem conseguir contato com Helder, a família, que mora em Timbaúba dos Batistas (RN), finalmente falou com ele no início da noite de ontem e confirmou que estava tudo bem. O sargento contou, inclusive, que chegou a participar das buscas por sobreviventes.

Lotado em Boa Vista (Roraima), Helder decolou daquela cidade em direção ao Haiti na segunda-feira, chegando lá no mesmo dia, para servir na Força de Paz mantida pelo Brasil. Quando soube do terremoto, sua mãe, Aldenora Batista de Araújo, 47 anos, temeu pelo pior. Sofreu durante todo o dia com a falta de informações oficiais e ausência de contato direto com o filho. Para aumentar a dúvida, um sub-tenente do Exército chegou a informar que o avião com Helder teria voltado ao Brasil antes de chegar ao Haiti. Só à noite o pai conseguiu contato via Internet com Helder, que informou estar bem e ter, inclusive, participado da busca por sobreviventes.


"Foi a pior sensação da minha vida. Está tudo destruído aqui e o caos é total na cidade", foi o relato de Helder ao pai, Francisco Batista de Araújo, 55 anos. Só na noite de ontem, o sargento conseguiu mandar uma mensagem via Orkut para um amigo, pedindo que ele ligasse para tranquilizar sua família. Em seguida, foi possível fazer contato com o pai pela Internet, inclusive usando Webcam. Foi o fim do mistério.

Segundo a mãe, Aldenora Batista de Araújo, 47 anos, no último dia 23 de dezembro, Helder esteve na cidade de Timbaúba dos Batistas, onde ela mora, para visitar os pais e passar as festas de fim de ano. Helder seguiu de volta para Roraima no dia 8 de janeiro e viajou para o Haiti, saindo de Boa Vista, um dia antes do desastre. "Enquanto não falar com ele, não fico sossegada", afirmava à tarde. Ainda de acordo com Aldenora, o último contato do filho com ela havia sido no domingo, pouco antes do embarque para o Haiti. "Estamos nervosos com a situação. Ainda não temos notícias", disse ela à reportagem.

Procurado pelo DN no meio da tarde de ontem, o sub-tenente Arimatéia, do 6º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército, em Roraima, chegou a negar que Helder tivesse desembarcado no Haiti. "O vôo que estava levando o grupo de militares para o Haiti, incluindo o Helder, parou para abastecer na República Dominicana e retornou para o Rio de Janeiro por falta de condições de troca de contigente", afirmou Arimatéia.

Estação
O terremoto de 7 graus na escala Richter que abalou o Haiti foi captado pela estação sismográfica de Riachuelo, coordenada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Apesar disso, os pesquisadores avisaram que o fenômeno não está relacionado com os abalos sísmicos registrados no estado no último sábado e na segunda-feira passada. "Este fato não tem absolutamente nenhuma relação com o ocorrido aqui em Taipu", disse Aderson Nascimento. O tremor registrado no estado foi de 2,7 graus no sábado e 4,2 na segunda, de acordo com números da UFRN.

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