quarta-feira, março 31, 2010

Exames apontam quadrilha que matava por encomenda no interior

A lei do silêncio que prevalece na região do Alto Oeste não facilita a vida dos investigadores. Para conseguir identificar os responsáveis por uma série de homicídios em Assu, a polícia utilizou um exame denominado confronto balístico, cujo resultado - apresentados na tarde desta segunda-feira (29) à imprensa - incriminou uma quadrilha que matava por encomenda no interior. A polícia acredita que eles sejam responsáveis por outros 14 crimes na região do Alto Oeste.

O exame de confronto balístico consiste na comparação entre a arma e o projétil localizado no corpo da vítima. Através dele, foi decretada a prisão preventiva de Fábio de Lima, Teófilo Dantas Fonseca, Francimar Paulino da Silva e Francisco Josualisson Pimentel, que moravam no Sítio Linda Flor, zona rural de Assu. Mesmo após o resultado dos exames, eles continuaram a negar os assassinatos.

A quadrilha já se encontrava detida por porte ilegal de três revólveres de calibre 38, uma pistola e munições desde 25 de janeiro de 2010. De um dos revólveres - pertencente à Teófilo Dantas, conhecido como “Teofinho” - partiram as balas que assassinaram Raimundo Galdino Sobrinho, Célio Ambrósio Alves de Araújo e José Júnior Gonzaga Lopes, em janeiro de 2010, e Everaldo Firmino Dantas, em 2008.

O delegado de Assu, Normando Feitosa, disse que a maior dificuldade nas investigações dos casos de homicídio cujos autores são desconhecidos é justamente o medo da população em depor. “O pessoal vive amedrontado, e muitos crimes ficam sem solução. As testemunhas não falam de jeito nenhum, mesmo sendo no anonimato”, lamentou o delegado.

A prova técnica, aponta Feitosa, é a única ferramenta para os casos em que não há testemunhas. “É a única forma de chegarmos aos culpados de maneira indireta, e se torna uma prova cabal do crime”, reforça o perito criminal, José de Souza Pinto.

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