terça-feira, abril 19, 2011

Alunos voltam à escola depois do massacre

Alunos da escola Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, que voltaram nesta segunda-feira (18) à unidade, foram recebidos com gritos de "bem-vindos" por estudantes da vizinha Escola Estadual Nicarágua. Eles estiveram no local para ajudar na recepção das vítimas do massacre do último dia 7, quando 12 alunos foram mortos e outros 12 feridos pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira. Alguns estudantes precisaram da força dos colegas para voltar ao cenário da tragédia.

Dos 140 alunos do 9º ano, dos turnos da manhã e da tarde, esperados na escola Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, apenas 74 voltaram às atividades nesta segunda-feira (18). O diretor do colégio, Luiz Maduk, avaliou o número, que representa pouco mais da metade das quatro turmas, "significativo". Para ele, as ausências podem ser relacionadas ao fato de os alunos do período da manhã terem a tarde comprometida com outras atividades.

De acordo com a direção do colégio, oito estudantes de outras séries compareceram voluntariamente para a reintegração após o massacre do último dia 7, em que Wellington Menezes de Oliveira matou 12 adolescentes, feriu outros 12 e depois se matou. Diferentemente do clima de medo e apreensão na chegada à escola, ao saírem os estudantes estavam mais animados e eufóricos pelo reencontro com os amigos. 


Os estudantes e professores da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, terão acompanhamento psicológico constante e a presença de guardas municipais nas imediações do colégio, anunciou na manhã desta segunda-feira (18) a secretária Municipal de Educação do Rio, Cláudia Costin. 


As medidas foram propostas em uma reunião esta manhã entre Costin e uma comissão de pais, estudantes e professores. Também serão contratados mais dois inspetores. 



As aulas só vão voltar ao normal daqui a três semanas. Até lá, a escola vai promover atividades esportivas, culturais e artísticas para ajudar na readaptação dos estudantes à escola, após o choque causado pelo massacre que terminou com 12 mortos e 12 feridos.


Luis Marduk, disse nesta segunda-feira (18) que em quatro dias recebeu 20 pedidos de transferência de alunos para outras instituições. Segundo ele, alguns pais chegaram a desistir de tirar os filhos do colégio. O diretor espera que um número grande de alunos retorne na terça-feira (19), dia previsto para a volta de todas as turmas.

- Acredito que sejamos surpreendidos amanhã com este retorno. Diante de todas as manifestações que eu vi desde o dia 7 na escola a procura de recomeço é muito grande. Não vamos retardar este processo. Estaremos de braços abertos para quando qualquer aluno quiser voltar. O objetivo é avaliar a resposta psicológica de cada ator deste massacre antes das aulas recomeçarem.

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