sábado, abril 09, 2011

Uma aula de coragem


— Quando ouvi os primeiros tiros, achei que fossem alunos batendo nos armários de ferro. Saí da sala e vi que as crianças corriam desesperadas, umas atropelando as outras. Foi então que entrei na sala e vi o Wellington de pé, carregando os revólveres. Ele parecia muito tranquilo, não falava uma palavra e fazia tudo com calma. Tirou o cinto da mochila e começou a vesti-lo. Havia crianças mortas e ele ainda tinha muita munição — conta o professor.

Luciano correu de volta para a sala em que estava, com cerca de 35 alunos. Com a ajuda dos estudantes, montou uma barricada com mesas e carteiras, e pediu para que os alunos se abaixassem no fundo da sala.

— Wellington chegou a forçar a porta, mas quando viu que seria muito difícil movê-la, desistiu e foi para outra sala. Então, nós ouvimos mais disparos. Quando eles cessaram, pedi que os alunos ficassem abaixados e que não saíssem da sala. Minha preocupação maior era uma aluna deficiente visual que estava conosco, e que não conseguiria fugir sozinha.

O professor saiu mais uma vez da sala e trancou a porta, que só podia ser fechada por fora. Wellington se preparava para efetuar novos disparos. Luciano correu para a coordenação da escola, telefonou para a polícia, e foi informado de que o chamado já havia sido feito.

— A atitude que eu tomei foi a que qualquer professor teria tomado. O que fez diferença foi na rapidez do raciocínio. Uma luz me iluminou — diz o professor.

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