A agência francesa que investiga as causas do acidente com o voo AF 447 da Air
France, que caiu no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009 depois de deixar o
Rio de Janeiro rumo a Paris, condenou a divulgação das transcrições das
caixas-pretas em livro de autoria do piloto e escritor Jean-Pierre Otelli.
Para a agência (BEA, na sigla em francês), as conversas divulgadas são de
caráter pessoal e não têm ligação com os acontecimentos que resultaram na
tragédia. No Airbus A330 que saiu do Rio com destino a Paris havia 228 pessoas
entre brasileiros, franceses, alemães, italianos e passageiros de outras
nacionalidades. Apenas 50 corpos foram localizados, sendo 20 deles de
brasileiros.
Em nota, a agência de investigações informou que a publicação dos diálogos “é
uma falta de respeito à memória dos pilotos”. Para o BEA, a revelação das frases
viola a legislação europeia de aeronáutica e acirra as polêmicas.
A indignação da agência francesa se refere à publicação de um livro do piloto
e escritor Jean-Pierre Otelli. O livro é o quinto volume da série Erros de
Pilotagem e publica a íntegra dos diálogos entre os pilotos, inclusive
trechos que jamais haviam sido divulgados pelos investigadores da tragédia.
As conversas confirmam que os três pilotos não compreenderam o que ocorria e
não perceberam o que deveria ser feito para evitar a catástrofe. Quando o avião
começa a perder altitude, um deles diz que o avião está sem controle e que não
compreendia o que se passava. No livro há, ainda, relatos dos últimos instantes
do voo, quando um copiloto parece perceber que a aeronave vai cair.
Fonte: Agência Brasil
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