Dormir de
olho aberto é mais que uma expressão popular para Luênia Aparecida Soares, de
apenas quatro meses, que sofre nesse pouco tempo de vida as consequências de
uma hidrocefalia em grau máximo. Sua cabeça tem 50 centímetros, quando na
verdade deveria ter no máximo 42. Devido ao acelerado desenvolvimento do
crânio, a pele esticou e a criança não consegue mais fechar os olhos. Luênia
dorme literalmente de olho aberto. A mãe sabe que a filha está dormindo porque
ela fica quieta, o que não é muito comum. O choro é frequente.
O bebê espera por uma neurocirurgia pediátrica, que por falta de
estrutura não é mais realizada no Hospital Infantil Varela Santiago. O Hospital
Maria Alice Fernandes (referência no atendimento infantil) foi a saída
encontrada pelo Estado para o problema. Mas os neurocirurgiões da unidade
pediram demissão e ainda não há previsão para o retorno dos procedimentos.
Enquanto o Governo do Estado não resolve o impasse, a cabeça de Luênia chegou a
crescer um centímetro em apenas 24 horas. Antes mesmo de Luênia nascer, a
mãe Marileide Serafim Soares, 33 anos, já sabia que ela teria hidrocefalia. A
doença foi apontada na ultrassonografia e seria o segundo caso na família com
má formação. “Assim que ela nasceu a cabeça dela não era grande. Mas com o
tempo foi crescendo. Já fiz todos os exames para cirurgia e ainda não consegui
fazer”, explicou. Marileide, que é casada com um primo, já tinha dois filhos e
um deles sofre com uma deficiência física.
Fonte:
dnonline
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