A segurança pública do Rio Grande do Norte está precária. As delegacias estão sucateadas, falta efetivo policial e os poucos agentes ativos estão sobrecarregados. Em contrapartida, a criminalidade aumenta, o número de assassinatos por armas de fogo cresce e cada vez mais os jovens se envolvem com pequenos delitos e com o tráfico de drogas.
Quase 70 cidades do interior do estado estão sem delegados de carreira. Pelo pequeno número de policiais, um agente chega a cuidar de 20 delegacias. Há o relato de um delegado, por exemplo, que responde por 12 delegacias do RN. Ele percorre, por dia, cerca de 600 km junto com um escrivão e outros dois policiais.
“A carência de policiais, a falta de armamento e o pouco preparo refletem no aumento da violência e deixam mais ousadas as pessoas que cometem crimes. Tanto que há 15 dias assaltaram uma agência dos Correios no município de Galinhos, que é uma península. Uma pessoa numa moto assaltou o estabelecimento e saiu tranquilamente da cidade. Atravessou as dunas e fugiu com a quantia roubada”, contou o deputado Felipe Maia (DEM).
O descaso dos governos federal e estadual levou o Rio Grande do Norte a ocupar uma triste estatística. O RN é o segundo estado do Nordeste, e o sexto do país, que mais pratica crimes contra crianças e adolescentes. Além disso, o número de assassinatos por armas de fogo cresceu na capital. Hoje acontecem cerca de 50 mortes por armas em Natal.
Pronasci
Em março deste ano, o ministro da Justiça, Tarso Genro, garantiu a liberação de R$ 13 milhões provenientes do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) para investir no policiamento comunitário e no reaparelhamento e informatização da polícia do RN. No entanto, Felipe Maia ressaltou que até agora nada foi repassado ao estado.
“Ainda não foi liberado um real do Pronasci. Enquanto isso, policiais estão sem armamento e o povo do RN sem segurança. É fundamental que o governo veja a política de segurança pública como prioridade”, disse o parlamentar.
PEC 300
A baixa remuneração dos policiais é um dos grandes fatores da falta de segurança nas cidades. Para aumentar a remuneração da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o deputado ressaltou que votará favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300/08. A matéria estabelece que os salários dos policiais militares e bombeiros de todo o país devem ser equiparados aos do Distrito Federal.
“Essa PEC merece toda a nossa atenção. Uma remuneração digna é tão essencial quanto investir na modernização tecnológica, equipamentos, veículos e instalações”, apontou Felipe Maia.
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