terça-feira, março 09, 2010

Homem ameaça pular da ponte

Foram 20 minutos de tensão para cerca de 20 policiais e o recepcionista de hotel Rogério Félix, 38 anos, para convencer um motoboy, identificado apenas como "Alexandre", de que não se jogasse da Ponte Newton Navarro, durante a manhã de ontem. O pretenso suicida, que disse a polícia ter passado três dias fora de casa e estava com problemas na família, por fim acabou por desistir de pular da estrutura e queria ver o filho.

Era por volta das 8h40 de ontem, quando Rogério Félix transitava pela Ponte Newton Navarro com sua moto Honda Pop preta, no sentido Forte-Redinha, quando viu "Alexandre" pendurado às barras de contenção da estrutura, já do lado do vão. Imediatamente, o recepcionista parou seu veículo e, juntamente com um policial militar que também passava no momento, decidiu voltar e conversar com o pretenso suicida. Esse já estava com os pés apoiados junto ao concreto, segurando a barra mais baixa, a ponto de soltar às mãos.

Logo, várias viaturas da PM chegaram aolocal e passaram a negociar a desistência de "Alexandre". Porém, quem tinha o contato mais direto com o motoboy era Rogério Félix, que conversava a todo instante com o rapaz. "Eu dizia para ele pensar nos filhos e refletir. Que por mais que ele tivesse problemas, não compensava tirar a vida e deixar a família em uma situação ainda pior".

O momento mais tenso das negociações se deu quando uma equipe de televisão chegou ao local e o motoboy ameaçou novamente se jogar. "Se me filmarem, eu me jogo". A polícia teve de intervir e solicitar que as câmeras se afastassem do local. A conversa pode ser então retomada e, depois de vários momentos de expectativa, "Alexandre" decidiu desistir da idéia. Ele voltou ao lado do passeio da ponte e foi cercado por policiais, com intenção de impedí-lo de voltar à beira da estrutura.

Em seguida, foram mais alguns minutos de conversa, para tentar acalmar o motoboy. Segundo o sargento PM Rogério Félix, da companhia de turismo, "Alexandre" revelou à polícia apenas que estava com problemas com a família e há três dias não passava em casa. "O seu único desejo depois do ocorrido foi o de ver o filho". O pretenso suicida, que mora em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal, ainda quis ir para casa pilotando sua moto Honda Fan preta, mesmo com a insistência da polícia de que ele fosse na viatura. "Mas tenho de vergonha de chegar dentro de uma viatura". Os policiais então decidiram escotá-lo até sua casa.

Para Rogério Félix, foi um momento de grande alívio quando "Alexandre" desistiu do suicídio. "Graças a Deus que ele desistiu de pular. Foi a mão de Deus que nos livrou disso". Ele, que estava indo visitar o túmulo de sua mãe na manhã de ontem, confessa que "jamais pensei em passar por isso, mas são coisas que a gente está sujeito a enfrentar".

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