A Barragem de Umari, em Upanema, há oito anos vem transformando o setor agrícola do município. Com um acúmulo de quase 300 milhões de m³, a Barragem possibilitou a perenização do Rio Upanema, transformando a microrregião economicamente viável para a agricultura, beneficiando médios e pequenos produtores.
Para o engenheiro agrônomo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Ferrari Antônio de Oliveira, Upanema tem demonstrado ao longo dos últimos anos, a viabilidade para a agricultura irrigada, principalmente o melão, a melancia e a manga, porém é pouco aproveitada. Outra cultura que figura com grande potencial econômico é a do limão Taiti.
Além do Rio Upanema, o município tem água de boa qualidade a menos de 30 metros de profundidade. "A abundância na oferta de água e a boa qualidade do solo argiloso são potenciais naturais para a fruticultura na microrregião de Upanema", explica o agrônomo que tem 18 hectares cultivados com a manga.
No município de Upanema, os estudantes da disciplina Introdução a Agronomia da Ufersa tiveram a oportunidade de conhecer o cultivo de melão mantido pela Associação Geraldo Messias. A Associação é formada por 30 pequenos produtores que disponibilizam de 430 hectares de melão tipo Hy-Mark, uma variedade do melão japonês. Toda a produção, 36 mil quilos da fruta por cada hectare, tem destino certo para Fortaleza e Recife. O financiamento para a produção foi através da Associação por meio do crédito fundiário.
Para quem está iniciando na profissão, como é o caso do estudante do primeiro período de agronomia, Francisco Girolando de Freitas Júnior, as aulas de campo têm oportunizado conhecer a realidade dos produtores e do campo de atuação do agrônomo. "Hoje, tivemos a oportunidade de conhecer uma barragem que transformou a realidade de parte de uma região seca, tornando-a viável para a agricultura irrigada", opinou o estudante de 18 anos.
A Barragem José Pinto Freire, popularmente conhecida como Barragem de Umari, é a maior da América Latina em extensão. Iniciada em 1988, teve a sua obra concluída em 2002, num investimento do governo de R$ 78 milhões. A grandiosidade da obra pode ser medida pelo paredão de mais de dois quilômetros, o maior da América Latina. A construção tornou toda a área economicamente viável para a agricultura e a piscicultura. No ano passado, por exemplo, a produção de tilápia chegou a marca das 5 toneladas.
A Barragem de Umari tem capacidade para 292 milhões de m³, com uma vazão de 2 mim/m³ por segundo. A sua represa atinge um raio de 18km. No ano passado, pela primeira vez, a Barragem sangrou atingindo uma lâmina de 80 centímetros.
Fonte: Jornal de Fato
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