sábado, novembro 06, 2010

Ex-prefeito de Patu é detido pela PF

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira, 04, na cidade de Patú/RN, quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal. Referentes a investigação que apura o desvio de verbas públicas na construção de uma creche pré-escolar para atendimento de até 112 crianças em tempo integral, ou de 224 crianças em funcionamento de dois turnos.

O montante repassado pela União na época foi de R$ 700 mil reais. Ao deixar o cargo no final de 2008, o então prefeito (Posidônio Queiroga - o Popó) não deixou sequer um documento sobre o convênio ou a licitação realizada. As investigações concluíram que ele encampou esquema de desvio de verbas públicas por meio da criação da empresa “fantasma” Construções e Serviços de Limpeza Oliveira Ltda, a qual veio a receber a integralidade dos recursos. A empresa tem como sócios pessoas ligadas ao ex-prefeito, dentre eles um ex-diretor do Departamento de Contabilidade da Secretaria de Finanças e membro da Comissão Permanente de Licitação. Também do quadro societário constam: um ex-secretário adjunto Municipal de Obras e Transportes Urbanos e um ex-assessor de Gabinete e ex-assessor Parlamentar do acusado.

Os recursos do Convênio investigado passaram a ser desviados logo depois do fracasso do ex-gestor em eleger o seu sucessor (João Godeiro) na disputa eleitoral de 2008. Apesar de sacados na sua integralidade, os R$ 700 mil reais do convênio jamais foram utilizados para a edificação da creche e no local onde hoje ela deveria funcionar, a PF detectou apenas entulho, depredação, mato e paredes parcialmente erguidas que servem de “abrigo” para animais.

Existem ainda nos autos, fortes indícios que parte dos valores destinados para construção da creche foram desviados pelo ex-gestor em proveito próprio, como se verificou na destinação de pelo menos R$ 80 mil da conta pública para a aquisição de uma camioneta de luxo da marca Toyota, modelo SW4. Durante o cumprimento do mandado de busca na residência do ex-perfeito, os Policiais Federais se depararam com inúmeros documentos, dentre eles: processos de empenho/pagamento, procedimentos de licitação e notas fiscais referentes ao final da gestão em 2008, o que gerou sua prisão em flagrante pelo crime de supressão de documentos públicos.

O fato de o ex-prefeito já ter sido notificado pela Justiça de Patú a devolver os documentos e não cumprir na integralidade a ordem, torna certa a sua vontade em ocultá-los objetivando gerar prejuízos à continuidade da gestão do município. As investigações constataram o cometimento dos seguintes crimes: desvio de verbas públicas (reclusão de 02 a 12 anos), formação de quadrilha (reclusão de 01 a 03 anos) e dispensa ilegal de licitação (detenção de 3 a 5 anos). Já pelo crime de supressão de documentos públicos (artigo 305 do Código Penal), o ex-prefeito que se encontra custodiado pela PF, em caso de condenação pela Justiça, poderá ser apenado de dois a seis anos de reclusão. O nome da operação “Deus dos Mares” é uma alusão a origem grega do nome de um dos principais investigados.

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