quinta-feira, abril 14, 2011

Caso João Hélio

Pouco mais de quatro anos após a morte do menino João Hélio, que morreu arrastado pelo lado de fora de um carro no Rio, em 2007, Ezequiel Toledo da Silva, que era o único menor na época do crime, recebeu esta semana o benefício da liberdade assistida. Detido pouco depois do assalto que terminou na morte da criança, ele cumpriu três anos de medida socioeducativa e, ano passado, passou para o regime de semiliberdade, em um Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD), abrigo para infratores, no Norte do estado.

Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-RJ), no sistema de liberdade assistida, o jovem fica em liberdade e recebe acompanhamento pela equipe da Vara da Infância e da Juventude. Depois de seis meses é feita uma reavaliação para saber se ele está bem, se for o caso, o processo é extinto. Do contrário, o jovem continua com tratamento psicológico. Dependendo da situação, ele pode voltar a ser internado.

O pedido foi feito pela defesa do jovem e teve apoio da equipe técnica, em contrapartida com a posição do Ministério Público, que pedia a manutenção do regime de semiliberdade.

Na decisão, o juiz Marcius da Costa Ferreira, da Vara da Infância e da Juventude, afirma que ele já deveria ter sido reavaliado e só não o foi porque a Justiça buscava “a real situação social do jovem”.

Relembre o caso


Dois ladrões de carro mataram o menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, que viajava no banco de trás de um Corsa prata, dirigido por sua mãe, Rosa Cristina Fernandes, em Cascadura, subúrbio do Rio. A criança ficou presa ao cinto de segurança quando a mãe, ao ser rendida pelos bandidos, tentava tirá-la do carro. No momento do assalto, além de João Hélio, estavam no carro a irmã dele, de 13 anos, e uma amiga da família. As mulheres conseguiram sair do veículo. Os bandidos saíram em disparada e o menino foi arrastado pendurado ao carro por 7 quilômetros. Durante o trajeto, de 15 minutos, os ladrões percorreram cerca de 10 ruas arrastando a criança, da rua João Vicente, em Osvaldo Cruz, até a rua Caiari, em Cascadura.

O corpo do menino, com o crânio esfacelado, foi encontrado junto ao carro abandonado pelos bandidos na Rua Caiari. O Corsa foi deixado estacionado e fechado pelos bandidos, que foram vistos por moradores, caminhando tranqüilamente em direção à Praça Três Lagoas.

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