quarta-feira, junho 08, 2011

Mossoró supera 100 assassinatos num dos anos mais violentos da história

Do jornal O Mossoroense

O município de Mossoró atingiu uma marca histórica nesta terça-feira, na área policial, com o registro da 100ª morte por execução somente este ano. Considerado pelas autoridades em segurança o ano mais violento de toda a sua história, a cidade vive num cenário de "guerrilha urbana". Os assassinatos aconteceram em menos de seis meses, colocando autoridades e população em alerta, levando a uma reflexão quanto ao destino de tanta violência.
Praticamente em todos os bairros aconteceram homicídios, mas o destaque ficou para as áreas periféricas, que se destacaram com o maior números de mortes.

De acordo com o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), que esteve presente em todas as ocorrências, a forma como as vítimas foram executadas praticamente é a mesma. O perfil dos matadores, geralmente dois elementos em uma motocicleta, usando capacetes e jaquetas, assusta a população que fica sem ação diante da ousadia. Depois de cometer o crime, a dupla vai embora sem ser identificada pela população que presenciou ou pela polícia, que não consegue colher provas suficientes para elucidar os crimes.

Diante do perfil dos matadores, a população já começa a cogitar a existência de um possível grupo de extermínio, trabalhando diuturnamente a serviço dos traficantes, que precisam eliminar seus desafetos. O pedreiro Raimundo Francisco, morador de uma favela da cidade, que teve um parente assassinado, assegura que o grupo de extermínio já existe e há muito tempo vem praticando crimes a serviço do tráfico.
 "Tenho plena certeza que a maioria das mortes foi encomendada pelos chefes do tráfico, que querem tirar do caminho os viciados trabalhosos, que não costumam pagar ou prestar conta das drogas que consomem ou das que pegam para revender. Por hora estão matando viciados, minha preocupação é saber até onde o cidadão de bem vai estar seguro, pois quando os exterminadores começarem a matar pessoas inocentes, quem é que vai poder frear?", questionou o pedreiro.


O bacharel Denis Carvalho da Ponte, titular da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc), não acredita que exista um grupo de extermínio trabalhando em favor do tráfico. Ele explica que as mortes são consequência de rivalidades, disputas por espaço e até mesmo dívidas geradas pelo tráfico.


"Não acredito na existência de um grupo de extermínio, porém o que está acontecendo é uma disputa por espaço, onde os traficantes eliminam seus opositores e, por outro lado, o grupo rival não se intimida e desencadeia uma retaliação que termina com várias mortes", explicou Denis Carvalho.

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