Uma ameaça de morte através de uma carta anônima produzida com
recorte de jornais e a seguinte frase: ‘Tiroteio o seu dia já está chegando
violência tiroteio’, foi direcionada ao conselheiro tutelar da 34ª Zona de
Mossoró, Flávio Roberto de Oliveira Duarte, 26 anos. O caso foi registrado na
manhã deste domingo, 04, na sede do Conselho Tutelar de Mossoró, localizada no
Centro.
Segundo a própria vítima da ameaça, Flávio Roberto, que trabalha
como conselheiro tutelar há três anos, eram 9h da manhã de domingo, quando ele
atuava no plantão, em companhia de mais cinco pessoas que também davam
expediente na entidade, quando a carta foi entregue pela recepcionista.
“Quando eu abri o envelope e li o conteúdo da carta, fiquei
desesperado e confesso que cheguei encher os olhos de lágrimas”, relatou.
Flávio conta que ao ler a frase se sentiu completamente
impotente diante da ameaça de morte, ao mesmo tempo em que se deu conta do
quanto ele e todos os demais conselheiros tutelares que atuam em Mossoró estão
vulneráveis à violência.
“Aqui não temos qualquer tipo de segurança e podemos sofrer
agressão a qualquer momento”, ressaltou.
Após a ameaça, Flávio foi até a Delegacia de Polícia Civil de
Plantão (DPC) para fazer um Boletim de Ocorrência (BO). Na manhã de hoje, 05,
enviou vários ofícios à Secretaria Municipal de Administração, ao Ministério
Público e ao Juizado da Infância e Juventude solicitando segurança para sede do
Conselho Tutelar, local tomado como base à ameaça de morte sofrida por ele.
Flávio confessa que a falta de segurança e o medo após ter sido
ameaçado de morte o levou a pensar em renunciar o cargo. “Eu pensei em renunciar
e não descarto essa possibilidade se providências não forem adotadas.
Infelizmente exercemos uma função que nos deixa vulneráveis a qualquer tipo de
violência”, acrescentou. Flávio conta ainda que essa foi a terceira vez que
sofreu ameaça de morte.
Quanto à motivação da ameaça sofrida ontem, via carta anônima,
Flávio diz não ter como fazer uma relação, pois diariamente lida com situações
delicadas e por isso fica difícil atribuir a autoria a alguém. Porém, frisa que
tem uma postura muito severa e isso pode ser um agravante.
“Eu costumo ser muito duro nas cobranças as providências e
punições para quem desrespeita os direitos das crianças e adolescentes, e
acredito que esse meu jeito de ser pode ter contribuído para que isto
acontecesse”, concluiu.
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