quarta-feira, outubro 26, 2011

Médicos suspendem atendimento


Médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) paralisaram parcialmente as atividades ontem em 21 Estados do País para protestar contra as más condições de trabalho e baixa remuneração, além da defasagem do valor do repasse da tabela de procedimentos. Não há, porém, números oficiais de quantos profissionais pararam o atendimento. O mote principal do ato foi discutir e tornar público os problemas de financiamento do SUS. Segundo as entidades médicas, não é possível prestar um serviço de qualidade recebendo R$ 2,5 por uma consulta básica (clínica médica, pediatria ou ginecologia) e R$ 7,5 por uma especializada. Por uma cesariana, incluindo a equipe, o SUS repassa R$ 150,05; e por uma colposcopia (exame ginecológico), R$ 3,38.



Em Natal, a paralisação dos médicos credenciados junto ao Serviço Único de Saúde (SUS) durante todo dia de ontem resultaram, de acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed) Geraldo Ferreira, na suspensão de cerca de 300 cirurgias eletivas e dois mil atendimentos ambulatoriais em todo Estado. Em Natal, segundo levantamento do Sinmed, foram suspensas as cirurgias ortopédicas em hospitais da rede conveniada, como o  Hospital Memorial (30), Médico Cirúgico (25), cirurgias vascular no Ruy Pereira (10), além da Liga Norte-Riograndense contra o Câncer (30). 

Um ato público foi realizado na praça Sete de Setembro, em frente a Assembleia Legislativa. Médicos e demais profissionais de saúde defendiam a reestruturação do sistema instalado há 20 anos e que ainda enfrenta dificuldades para se efetivar. "É um dia de luta pela recuperação do sistema SUS, que passa pela estruturação das unidades, desde recursos humanos, equipamentos e medicamentos", definiu Geraldo Ferreira.

O protesto, em adesão ao movimento nacional contra a baixa remuneração e as más condições de trabalho, não afetou o atendimento de urgência e emergência no Hospital Walfredo Gurgel. No Hospital dos Pescadores, nas Rocas, os três médicos plantonistas sequer sabiam do movimento que ocorria na Praça Sete de Setembro. "Nosso atendimento está  mantido. Não há alteração", disse o clínico geral Max da Costa Ribeiro. Os pacientes eram submetidos a uma classificação médica e os casos considerados simples, encaminhados a unidades básicas de saúde. 

Fonte: TN

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