Um
terreno baldio com os muros caiados em Natal (RN) abriga uma usina de
notas fiscais que justificaram pagamentos milionários do Ministério do
Trabalho ao Instituto Êpa!. O número 500 da Rua Dom José Pereira Alves
aparece em documentos como endereço do instituto e, ao mesmo tempo, de
empresas contratadas por ela para prestar serviços contábeis e até
fornecer lanches, como a ACFBrandão, iniciais de Aurenísia Celestino
Figueiredo Brandão, presidente do instituto.
O
Êpa! e o parceiro Instituto de Assessoria à Cidadania e ao
Desenvolvimento Local Sustentável (IDS), que trocavam serviços,
receberam ao menos R$ 20 milhões, de acordo com registros no sistema de
convênios do governo federal.
Um
dos convênios da entidade sem fins lucrativos do Rio Grande do Norte
foi pivô do caso de lobby mais comentado na Esplanada na semana passada,
por envolver a suposta cobrança de propina por assessores do ministro
do Trabalho, Carlos Lupi.
O
ministro Garibaldi Alves, da Previdência, conta que levou até o
gabinete de Lupi o diretor do instituto Cid Celestino Figueiredo Sousa.
“Sou meio disponível”, justificou o ministro, que alega ter “tirado o
time de campo” quando soube que a entidade colecionava problemas em suas
prestações de contas e é cobrada a devolver dinheiro.
O
Instituto Êpa! foi um dos recordistas em repasses de verbas para a
qualificação profissional no ano passado. Um dos convênios, que deu
origem ao episódio do lobby, deveria qualificar “em caráter emergencial”
3 mil trabalhadores na área da construção civil em municípios atingidos
por chuvas na região do Vale do Açu, no Rio Grande do Norte.
O
instituto fechou convênio de R$ 2,2 milhões, recebeu R$ 1,2 milhão no
ano passado, mas o restante teve o pagamento bloqueado. Daí o lobby que
bateu à porta de Garibaldi Alves.
do Estadão:
Nenhum comentário:
Postar um comentário