O senador Paulo Davim (PV-RN) sugeriu, em discurso nesta segunda-feira (31), que
o governo federal edite uma medida provisória com um "pacote de bondades"
destinando mais recursos públicos para a saúde, área que, a seu ver, recebe
menos dinheiro do que deveria.
Pela sugestão do parlamentar, o governo
deveria tributar os cigarros e as bebidas, destinando à saúde a arrecadação
extra, além de 15% do valor arrecadado com as multas de trânsito e ainda um
percentual do montante obtido com a exploração de petróleo na camada pré-sal.
Ele pediu, ainda, outras "medidas criativas" que possam aumentar o financiamento
da saúde pública.
Uma providência a ser tomada, segundo Davim, é a
elaboração de um programa ousado de política de recursos humanos para a saúde,
com a criação de uma carreira de estado específica, evitando-se assim que o
setor fique refém da terceirização, que considerou uma "excrescência" do serviço
público.
Segundo Davim, de todos os problemas da saúde pública
brasileira, o primeiro e mais grave é o subfinanciamento, mas também contribuem
para o caos a gestão, que precisa ser profissionalizada, competente e austera; a
ausência de políticas de recursos humanos, que não estimulam a identificação dos
profissionais com seu local de trabalho e não garantem justa
remuneração.
- Não adianta justificar o estado da saúde pública do Brasil
apenas pela má gestão. O principal problema é o subfinanciamento do sistema -
disse.
De acordo com informações citadas pelo senador, o Brasil investe
menos que outros países da América do Sul na saúde, com o equivalente a 4% do
Produto Interno Bruto (PIB).
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